Alcione e a luta diária por melhorias sociais

Nossa entrevistada do dia para a série “Essa é a Nossa Gente” é Alcione Helena Borner Campos, do Gabinete da SEME

Texto: Paulo Sérgio Serra Teixeira
pauloserra@prefeitura.sp.gov.br

Vanessa Dini
vdini@prefeitura.sp.gov.br

Foto: Paulo Gervino
pantar@prefeitura.sp.gov.br

Alcione Helena Borner Campos tem 60 anos, nasceu na cidade de Pirassununga, interior de São Paulo, e veio para a capital paulista com 18 anos, para estudar. Atualmente ela mora no bairro do Morumbi. Nossa perfilada do dia é graduada pela PUC-SP em Serviço Social, e fez mestrado na mesma área. Com o trabalho e o casamento, se estabeleceu em São Paulo e não voltou mais a morar no interior.

Alcione já trabalhou na Editora de Guias LTB e em algumas ONG’s, sempre com serviço social. Também foi professora, por 12 anos, na FMU, Faculdade Paulista de Serviço Social e na UNISA, onde foi diretora do Centro de Ciências Humanas e Sociais. Todos trabalhos concomitantes às funções na Prefeitura, onde ingressou através de concurso público.

Na Prefeitura, Alcione começou nas administrações regionais, atuais subprefeituras. Ela trabalhou em Perus, Pirituba, Vila Mariana, Lapa, Butantã e Jabaquara, cuidando da área de desenvolvimento e bem-estar social. Ela também trabalhou no Estado durante cerca de 12 anos. Nesse período, foi Presidente da antiga FEBEM (atual Fundação Casa) – unidade da Imigrantes - por 2 anos, e em seguida foi Secretária Adjunta de Assistência e Desenvolvimento Social.

“O período que passei trabalhando na FEBEM foi muito complicado, me marcou bastante por causa da enorme dificuldade, das brigas com o Ministério Público. Eu entrei lá quando caiu o antigo Presidente, e passei pela fase de crise na instituição. Antes, quando ainda era ouvidora, aconteceu uma rebelião onde destruíram toda a unidade, os jovens tiveram que ser alojados em outros locais e foi um caos na cidade. Mas eu também participei do começo da mudança de paradigmas da FEBEM, que passou a ter um maior caráter sócio-educativo e não mais repressivo. O foco era a reabilitação. Ajudei, junto ao governo e a iniciativas privadas, a transformar a unidade da Imigrantes no Centro de Esporte Cultura e Lazer Fontes do Ipiranga. Foi gratificante.”

Algum tempo depois, ela assumiu a Coordenadoria de Desenvolvimento e Assistência Social de Itaquera. “Foi uma experiência muito boa, um lugar onde deixei vários amigos e realizações concretas, raízes, que me fazem ser lembrada até hoje. E o contato com a comunidade foi ótimo”. Em Itaquera, nossa entrevistada ajudou na reforma dos locais para a prática de esportes, e lazer da comunidade, que tem cerca de 500 mil habitantes. Alcione cuidava também, mesmo que indiretamente, das áreas de assistência social, esporte, cultura, habitação e até defesa civil. Embora não tivesse nada a ver com infraestrutura urbana, por exemplo, ela direcionava as reivindicações para o lugar certo. Além disso, ela ajudou na elaboração e implantação do Bom Prato na região. “Foi algo que eu achei que ia ser uma furada, mas deu muito certo.” Quando as coordenadorias foram extintas, Alcione veio para a Secretaria de Esportes, e, atualmente, atua como assistente técnica. Sua função é cuidar dos documentos que entram na SEME e de seu encaminhamento a quem interessa. Para isso, ela conhece toda a Secretaria e sabe quem é responsável por cada área. “Estou muito feliz e tranquila com meu trabalho atual.”

Perguntada sobre outras situações marcantes na carreira profissional, Alcione nos contou: “Participei da elaboração e implantação da Lei Orgânica da Assistência Social, que dá obrigação maior ao poder público para com a área social, e dá direito à prestação continuada, que é a possibilidade de um salário mínimo na aposentadoria, mesmo sem contribuições ao INSS, à idosos e portadores de alguma deficiência. Participei também da criação de leis acopladas ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Para isso, visitei praticamente todos os municípios de São Paulo, e foi onde me encantei com o esporte. Foram leis significativas ao país, eu fui até Brasília brigar pela aprovação delas, isso marcou muito.”

Para o futuro, os planos são: “Continuar trabalhando com o esporte como forma de inclusão, seja com o Clube Escola ou com o Polos de Brincar. Quero uma maior divulgação para expandir o lazer e recreação para crianças e adolescentes, principalmente das periferias da cidade. É uma grande oportunidade de cidadania e felicidade.”

Fora da SEME, nas horas livres, Alcione gosta muito de ir à praia, ler, e principalmente sair com sua neta, de 11 anos. As duas vão ao cinema, parques, ouvir música, e também frequentam alguns museus. Além disso, ela gosta de nadar aos finais de semana e viajar até sua cidade natal, no interior, para encontrar outros familiares.

Alcione é uma mulher de garra, que luta todos os dias por melhorias sociais no país. Ela também faz parte da Família SEME.